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sexta-feira, 1 de abril de 2011

CRISTIANISMO HISTÓRICO RELEVANTE

Tentar participar da Missio Dei (estabelecer o Reino; restaurar a criação) é uma inversão de papeis que evidencia a usurpação (conscientemente ou inconscientemente) da Gloria de Deus ou a ignorância (por desvio doutrinário ou ausência de doutrina). A Missio Dei pertence à Deus, a Missio ekklesia pertence à Igreja. A igreja não deve tentar cumprir a Missio Dei, apenas compreender o básico – Deus há de restaurar todo o cosmos em Cristo.

Uma vez entendido o Missio Dei a Igreja deve cumprir o Missio Ekklesia que se resume na grande comissão. Isso não significa que a Igreja deve se fechar em seu gueto, mas pelo contrario, ela deve ser aberta, se envolver, aprender sobre as culturas que a cercam e proclamar as boas novas.

O discurso de estabelecer o reino de Deus restaurando a criação tem assumido um lugar de destaque nos púlpitos através do termo justiça social. Não sou contra as boas obras – nem de longe, mas sou contra a inversão de papeis, a desvalorização da proclamação do evangelho e a secularização do púlpito.

A justiça social não é parte do Missio Ekklesia mas a evidência de que parte do discipulado foi bem feito – PARTE, porque quando ensinamos que devemos amar ao próximo como a nós mesmos devemos também deixar bem evidente que “este presente sofrimento é passageiro” e que o amor deve gerar antes de mais nada uma angustia pela salvação eterna. Um amor que se preocupa com o sofrimento presente mais do que com o sofrimento eterno não é amor, é o peso na consciência que qualquer um, cristão ou não cristão, sente ao ver a desgraça alheia.  Da mesma forma, um amor que se preocupa com o sofrimento eterno sem reconhecer o sofrimento presente não é o amor que Cristo nos ensinou, mas sim uma fuga legalista.

Infelizmente os dois maus exemplos são os com maior evidência e adesão, e perto das heresias pesadas de nossos dias passam batidos como “cristianismo relevante” e como “cristianismo histórico”. Mas uma coisa é certa: nenhum destes é relevante nem muito menos histórico, pois a relevância do cristianismo se faz evidente em sua história de sacrifício e desprendimento pessoal – sempre no cumprimento da missão da igreja, evidenciando um discipulado bíblico, um discipulado que possibilitou verdadeiros atos de amor e verdadeira preocupação evangelística. Isso sim é relevante, isso sim é histórico – isso sim é a Missio Ekklesia!

2 comentários:

  1. Diante disso tudo qual é o papel relevante da Igreja? Em termos práticos o que vejo são dois extremos: ou a igreja é preponderantemente voltada p/ o termo missões c/ cunho social e deixa de lado o ensino e evangelismo ou o contrário é realidade. Não encontrei até hoje um meio termo entre missão / comissão e isso complica a vida de muitos cristãos.

    Eu digo em termos práticos pq o cristianismo deve ser vivido e não teorizado, assumindo o lado acadêmico teológico como todos gostam de fazer e aí o ponto relevante é: como eu, enquanto cristão, posso tornar realidade concreta em minha vida o evangelho sem partir para um viés focado 100% discussões (que também tem sua importância e relevância dado a ausência de conhecimento das escrituras).

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  2. Cidreira, a resposta ficou grande D+ para postar como comentário kkkk

    Segue o link

    http://propostacrista.blogspot.com/2011/04/resposta-ao-cidao.html

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