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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

MACKENZIE E A FÚRIA GAY


No dia 24/11/2010 a Rua Itambé, na altura das entradas principais da Universidade Presbiteriana Mackenzie, foi tomada por manifestantes homossexuais e por simpatizantes das causas GLBTs.

Segundo os manifestantes, o chanceler do Mackenzie, Augustus Nicodemus Lopes, publicou um posicionamento pessoal de caráter homofóbico, uma acusação falsa movida por interesses ocultos bem diferentes dos alegados.

Em seu manifesto, o chanceler simplesmente citou o que a mantenedora do Mackenzie afirmou. Se de fato a liderança do movimento considerasse a declaração do chanceler como homofóbica, seu protesto deveria ser dirigido à Igreja Presbiteriana, e não à uma de suas instituições. A escolha do Mackenzie como alvo de um ataque gay prova a covardia e o interesse oculto de parte das lideranças gay.

Li o texto publicado pelo chanceler inúmeras vezes e não encontrei nada de caráter homofóbico. Evidentemente de duas, uma: ou não há nada ali que gere ódio contra homossexuais, ou eu e todos os demais cristãos evangélicos somos homofobicos, o que é estranho uma vez que tenho amigos gay e nunca os destratei – pelo menos não por serem gay.

Mesmo o texto tendo sido retirado do ar (algo que achei desnecessário), te desafio a ler o texto e procurar o que de fato foi dito ali que promove ódio contra homossexuais.

“Manifesto Presbiteriano sobre a Lei da Homofobia
Leitura: Salmo
O Salmo 1, juntamente com outras passagens da Bíblia, mostra que a ética da tradição judaico-cristã distingue entre comportamentos aceitáveis e não aceitáveis para o cristão. A nossa cultura está mais e mais permeada pelo relativismo moral e cada vez mais distante de referenciais que mostram o certo e o errado. Todavia, os cristãos se guiam pelos referenciais morais da Bíblia e não pelas mudanças de valores que ocorrem em todas as culturas.

Uma das questões que tem chamado a atenção do povo brasileiro é o projeto de lei em tramitação na Câmara que pretende tornar crime manifestações contrárias à homossexualidade. A Igreja Presbiteriana do Brasil, a Associada Vitalícia do Mackenzie, pronunciou-se recentemente sobre esse assunto. O pronunciamento afirma por um lado o respeito devido a todas as pessoas, independentemente de suas escolhas sexuais; por outro, afirma o direito da livre expressão, garantido pela Constituição, direito esse que será tolhido caso a chamada lei da homofobia seja aprovada.

A Universidade Presbiteriana Mackenzie, sendo de natureza confessional, cristã e reformada, guia-se em sua ética pelos valores presbiterianos. O manifesto presbiteriano sobre a homofobia, reproduzido abaixo, serve de orientação à comunidade acadêmica, quanto ao que pensa a Associada Vitalícia sobre esse assunto:

Quanto à chamada LEI DA HOMOFOBIA, que parte do princípio que toda manifestação contrária ao homossexualismo é homofóbica, e que caracteriza como crime todas essas manifestações, a Igreja Presbiteriana do Brasil repudia a caracterização da expressão do ensino bíblico sobre o homossexualismo como sendo homofobia, ao mesmo tempo em que repudia qualquer forma de violência contra o ser humano criado à imagem de Deus, o que inclui homossexuais e quaisquer outros cidadãos.

Visto que: (1) a promulgação da nossa Carta Magna em 1988 já previa direitos e garantias individuais para todos os cidadãos brasileiros; (2) as medidas legais que surgiram visando beneficiar homossexuais, como o reconhecimento da sua união estável, a adoção por homossexuais, o direito patrimonial e a previsão de benefícios por parte do INSS foram tomadas buscando resolver casos concretos sem, contudo, observar o interesse público, o bem comum e a legislação pátria vigente; (3) a liberdade religiosa assegura a todo cidadão brasileiro a exposição de sua fé sem a interferência do Estado, sendo a este vedada a interferência nas formas de culto, na subvenção de quaisquer cultos e ainda na própria opção pela inexistência de fé e culto; (4) a liberdade de expressão, como direito individual e coletivo, corrobora com a mãe das liberdades, a liberdade de consciência, mantendo o Estado eqüidistante das manifestações cúlticas em todas as culturas e expressões religiosas do nosso País; (5) as Escrituras Sagradas, sobre as quais a Igreja Presbiteriana do Brasil firma suas crenças e práticas, ensinam que Deus criou a humanidade com uma diferenciação sexual (homem e mulher) e com propósitos heterossexuais específicos que envolvem o casamento, a unidade sexual e a procriação; e que Jesus Cristo ratificou esse entendimento ao dizer, “desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher” (Marcos 10.6); e que os apóstolos de Cristo entendiam que a prática homossexual era pecaminosa e contrária aos planos originais de Deus (Romanos 1.24-27; 1Coríntios 6:9-11).

A Igreja Presbiteriana do Brasil MANIFESTA-SE contra a aprovação da chamada lei da homofobia, por entender que ensinar e pregar contra a prática do homossexualismo não é homofobia, por entender que uma lei dessa natureza maximiza direitos a um determinado grupo de cidadãos, ao mesmo tempo em que minimiza, atrofia e falece direitos e princípios já determinados principalmente pela Carta Magna e pela Declaração Universal de Direitos Humanos; e por entender que tal lei interfere diretamente na liberdade e na missão das igrejas de todas orientações de falarem, pregarem e ensinarem sobre a conduta e o comportamento ético de todos, inclusive dos homossexuais.

Portanto, a Igreja Presbiteriana do Brasil reafirma seu direito de expressar-se, em público e em privado, sobre todo e qualquer comportamento humano, no cumprimento de sua missão de anunciar o Evangelho, conclamando a todos ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo”.
Rev. Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes
Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie”


O protesto gay que ocorreu ontem em frente ao Mackenzie, nada mais foi do que uma reação ao lobby evangélico/catolico durante as eleições - o que leva qualquer um com um pouco de bom senso a questionar o porque escolheram protestar contra o Mackenzie e não durante o encontro da CNBB ou de uma conferência promovida por Silas Malafáia (aquele que utilizou a temática como palanque e moeda evangélica)?

A escolha de protestar contra o Mackenzie surge em resultado do medo de represarias destes grupos mais politicamente “engajados”.

A Igreja Presbiteriana não se aliou à politicagem suja da aliança evangélica que surgiu durante as eleições e, por não ter compactuado com estes, se encontra desarticulada politicamente. Essa desarticulação da Igreja Presbiteriana é agravada quando se trata do Mackenzie, que é ao mesmo tempo instituição de ensino e instituição religiosa.

Em seu pronunciamento, o chanceler não cometeu nenhum erro, a não ser o de ser inocente quanto ao clima político e à fragilidade da Igreja Presbiteriana/Mackenzie. O Mackenzie foi o alvo mais fácil para a retaliação gay - a escolha do Mackenzie como alvo para tal retalição demonstra que os lideres deste manifesto são covardes!

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